Poucas horas depois, dez minutos antes das seis da manhã, policiais federais do Núcleo de Inteligência da PF de São Paulo entraram no apartamento do delegado Protógenes Queiroz. O delegado Amaro chefiava a operação. Com mandado, buscaram equipamentos e documentos. A suposta busca de equipamentos é parte de um processo da Corregedoria que investiga gravações telefônicas.
A decisão é do juiz Ali Mazloum, da Sétima Vara Criminal de São Paulo. A Procuradoria da República foi contra a operação, pedida pela Polícia Federal. Na noite anterior, em palestra que começou às 20h00 e só terminou depois das 22h00, ao ser indagado se havia pedido afastamento da Polícia Federal depois da Operação Satiagraha, Protógenes disse:
- A sociedade não é burra nem surda. Todo mundo sabe o que aconteceu. Aquela era uma investigação que havia chegado aos donos do Brasil, às pessoas que manipulam o Judiciário, o Congresso, o grande poder político e a mídia, e é por isso que eu fui afastado.
Disse ainda o delegado que, de uma conversa de quatro horas, à época, a PF vazou dois ou três minutos para dar a impressão de que ele pedia afastamento. Acrescentou Protógenes Queiroz:
- Aquela conversa deveria vir a público em sua inteireza, porque aquilo interessa a todo o povo brasileiro.
Ao referir-se a Daniel Dantas, disse Protógenes, com todas as letras:
- Ele é um criminoso, é um psicopata que passa 24 horas por dia só pensando nisso, ele tem grande poder de infiltrar-se por todo o aparelho estatal. Eu disse a ele: Você é um psicopata e sua vida é uma bagunça. Você não sabe quantas empresas você tem e nem mesmo quanto dinheiro você tem. Aproveite a prisão e reflita sobre tudo isso.
À época, menos de 24 de horas depois desse diálogo, Daniel Dantas foi solto pela segunda vez por um habeas corpus concedido, também pela segunda vez, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
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